terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Dia 16# Persépolis




Salve salve!
O filme que vou comentar hoje, já tinha ouvido muitas criticas boas sobre e então esta semana tive a oportunidade de assistir. Persépolis é uma animação de 2007, que foi adaptado das historias em quadrinhos autobiográficos de Marjane Satrapi, que acabou tornando-se um filme. E que filme! É digamos simples no desenho – nada assim apoteótico nos efeitos - mas não deixa de ser rico visualmente e com ilustrações muito bem trabalhadas. As cenas em sua maioria são em preto e branco.



Marjane é uma iraniana que conta como foi sua vida quando ainda criança até os seus vinte e poucos anos. Fala sobre sua relação com seus pais, a avó, alguns familiares, a exemplo do tio Anouche, por quem tinha uma grande admiração, pela postura politica e até heroíca diante ao regime do xá Mohammad Raza Pahlav. É justamente por causa de Anouche, que a menina em uma cena - que considero muito forte - “briga” com Deus devido à prisão e morte do tio. Além disso, Marjane conta sobre as pessoas que ela foi conhecendo em seu país e fora dele, relatando sobre as amizades, as experiências amorosas que viveu - que são abordadas de maneira cômica – a distancia da sua família e os conflitos de identidade com relação a outro país totalmente diferente do seu. No contexto da história, mostra-se os efeitos das ditaduras que se instauravam no Irã, revelando como a guerra atingiu de maneira destruidora, não só a cidade, mas pessoas e famílias inteiras.


O filme toca também num ponto interessante: ser mulher iraniana neste momento. É o que leva a menina questionar, por exemplo, o uso de vestimentas mais longas para mulheres - já que as mesmas estimulavam a imaginação masculina - enquanto que os mesmos podiam usar roupas e cabelos de acordo com a uma “moda”, sem ter algum tipo de repreensão. Avançada demais não? Mais com as influencias de seus instruídos pais e da sua - digamos – avó “moderna”, Marjane, não poderia ser diferente.


Destaco um personagem, que realmente gostaria de ser quando crescer (risos), sua avó, uma senhora um tanto a frente do seu tempo, cujos diálogos entre ela e a neta são ricos de conselhos e conversas regadas de humor. O filme vai despertando emoções diversas como revolta, tristeza e claro, boas risadas – principalmente na cena que Marjane retorna a vida após um breve suicídio por remédios ao som de Eye of the tyger - trilha sonora do saudoso Rocky Balboa. É uma cena muito boa!


Persépolis é um filme que antes de contar a historia da vida da protagonista, é um breve retrato do que foi o Irã neste período. A perseguição aos “comunistas”, a tortura e morte de alguns presos politicos e como essas ditaduras se perpetuaram com o tempo, causando transformações significativas no povo iraniano. Até mesmo Marjane percebeu que estas mudanças, também surtiram efeitos colaterais em si mesma, lhe revelando que aquele já não era mais seu lugar.

É um filme realmente muito bom, no gênero animação e pela narrativa. Tem como diretores Vincent Paronnaud e a própria Marjane Satrapi; uma parceria França-EUA. Foi indicado ao Oscar de Melhor Animação em 2008. E vale com certeza assisti-lo!!






Nenhum comentário:

Postar um comentário