sábado, 15 de março de 2014

Dia 43# Alabama Monroe

Quando vi o trailer desse filme (em meio a confusão de organização de slides e leituras), pensei “caraca, que filme legal, acho que é um daqueles ‘Road Movie’” e eu, como pseudo-viajante amo filmes assim; pensei logo de cara que seria super interessante assistir. E, como o filme envolve muita música também, pensei em convidar um amigo que gosta muito de cinema, gosta muito de música e para minha sorte e felicidade está em Belém. Mandei a seguinte mensagem (mais ou menos assim) “xxxxxxxx, vamos ao cinema? Tá passando um filme que acho que é tua cara, acho que vais gostar” Claro que eu falava sobre a música e o pé na estrada, doce ilusão...



Chegamos para assistir o filme. Cinema vazio. Cidade chuvosa. Noite fria. Sala fria. Expectativa grande...

Logo nas primeiras cenas, o filme já havia me tomado, amo esse jogo de passar de tempo, parece (PA-RE-CE) que as ordens dos acontecimentos não importam, mas o importante é o acontecimento em si. Amo isso, a vida é assim, as marcas são, na maioria das vezes, deixadas pelo acontecimento, não pelo momento em que ocorreu. Em pouco menos de 5 min, pude ver a história do encontro amoroso entre Didier e Eliser (Johan Heldenbergh e Veerle Baetens), pude ver que existia um outro elemento no filme, que não era a viagem e sim a pequena e linda  Maybelle (Nell Cattrysse) que estava diagnosticada com leucemia aos sete anos de idade.
Confesso que a doença de Maybelle no filme me fez balançar em relação ao mesmo, pois histórias de câncer me tocam de uma maneira que, se eu soubesse que o filme tratava disso, provavelmente eu não iria vê-lo. Teve um momento em que até ensaiei uma espécie de desculpa ao meu amigo “nossa!!! Não imaginava que o filme tratava sobre isso”. Lembrem lá no início quando disse que o filme era a cara dele? Pois é, um filme em que se passa boa parte dentro de um hospital com uma criança de sete anos perdendo os cabelos e vomitando, não pode ser a cara de ninguém, não é mesmo? Porém, a música estava lá, presente a todo o momento e muito envolvente, uma mistura de música folk irlandesa, americana, norueguesa (ao menos foi que me pareceu – desconsiderem essa informação).
O segundo choque do filme veio um pouco depois da metade, Maybelle morre. Não imaginei (ilusão pura) que aconteceria isso, na minha cabeça ela iria se curar e eles viveriam felizes para sempre viajando em seu trailer e cantado pelas estradas. Não, não foi isso que aconteceu (ainda bem), com a morte de Maybelle surgiu uma discussão (meu segundo desconforto no filme) fé e ciência. Células troncos, clones de embriões, até onde podemos chegar? Até onde a fé, religião, crença em um Deus criador de todo o universo pode ir? Em uma das falas de Didier o sentido é mais ou menos esse “como a ciência não pode avançar nas pesquisas de células troncos para salvar vidas, mas construir bombas e armas, que geram a morte de milhares pessoas, pode?” Isso me incomodou muito mais que ver uma menina de sete anos careca. Na hora comecei a refletir meu posicionamento diante de vários questionamentos que tangenciam esse assunto, mas isso não vem o caso aqui e agora.

O filme, apesar dos choques que eu sofri, é bem envolvente. Li alguns comentários sobre e em um deles, uma guria dizia que o filme não a surpreendeu, que era meio clichê. Creio que possa ser, mas como fui ao cinema imaginando outra coisa, o filme me arrebatou. Acho que é um filme que precisa ser visto, o tema é interessante, a trilha sonora é muito boa (fiquei com as músicas na cabeça), as cenas são lindas, as cores,  eu recomendo. 

Beijos ; )
@EDani_se

segunda-feira, 10 de março de 2014

Dia 42# Her

Bom dia!!! 

Estou de volta. Bom, olhando minha última postagem (maio de 2012) morro de vergonha. hahahahahahaha, mas supero, pois sou forte kkkk. Falando sério. Nos perdemos, e ao que parece, demorei quase dois anos pra me encontrar. rsrsrs. A ideia é continuar com o blog, não diariamente, infelizmente, mas quem sabe talvez um filme por dia...

Vamos deixar de blá, blá, blá e partir ao que interessa. FILMES!!!!!
Durante o carnaval assisti muitos filmes, meus amigos do mestrado até brincaram comigo dizendo que eu estava namorando o dono do cinema (há!) #Sacanagi. Mas dos filmes vistos durante a folia de confetes e serpentinas o que mais me tocou (meeeeeesmo) foi HER





Her é um longa, gênero comédia, com ares de ficção científica (que eu adoro!!!). A direção e roteiro são de Spike Jonze e a produção do estúdio Warner Bross Entertainment (nada fraco). A história bem interessante e intrigante, traz Joaquin Phoenix (não lembro de ter visto nenhum filme com ele) como protagonista, que interpreta o papel de um escritor solitário e introvertido, recém-separado, vivendo o momento de luto do fim do romance, cheio de dificuldades para se relacionar com outras pessoas. A narrativa é ambientada em Los Angeles e vivenciada em um futuro próximo, (2020) Theodore Twombly (Phoenix) adquiri o primeiro sistema operacional com inteligência artificial, recém lançado e personalizado para organizar sua vida. O software a quem ele chama de "Samantha" (Scarlett Johansson), é quem dá voz ao sistema computadorizado, que lê seus e-mails, organiza seus compromissos, conversa com ele, brinca... revelando-se sensível, divertida, com uma voz sexy, atraente e aprendendo cada vez mais sobre seu usuário e o universo ao seu redor. Com o tempo, os dois começam a desenvolver um inusitado relacionamento, que faz, aparentemente, com que ambos se apaixonem, apesar do fato de a personagem não ser uma pessoa real. O filme mostra a história de amor incomum entre um homem e uma voz virtual (computadorizada), explorando a relação entre um homem contemporâneo e a tecnologia.


Não posso deixar de falar sobre algumas impressões que tive do filme. Assisti com 2 amigos e na realidade eles me chamaram a atenção para as impressões. Primeiramente a cor, o vermelho está presente em quase todas as cenas, seja, pela vestimenta, objetos, cor das paredes, luzes... o vermelho atravessa a narrativa. Vermelho a cor da paixão e o personagem é extremamente apaixonado, melancólico, mas apaixonado, sobretudo a sua própria dor. É um personagem que vivencia o seu luto de término de amor. Além do vermelho, gritante na cena, os tons em pastel também compõem as cores dos ambientes e maquiagens dos personagens. Outra marca interessante é a vestimenta, meio retrô para um filme que trata sobre inteligência artificial, bem inusitado, eu gostei, acredito que dê um contraste interessante.
Mas o que mais me tocou foi o tema “relacionamentos” revi esse tema, mil vezes explorado, de um outro ângulo. O filme me proporcionou transitar entre Theodore, sua ex esposa e Samantha; não foi um daqueles casos em que a gente se identifica com determinado personagem, em HER eu me percebi nos três personagens centrais, o que me gerou uma catarse (sério).



Filme aprovadíssimo, recomendo mesmo, apesar de eu precisar dar uma respirada e desafogada antes de assisti-lo novamente.


 Beijos, até o próximo